...

Blog

Instituições de Ensino Superior enfrentam desafios para manter a liberdade de expressão

Universidades são historicamente ambientes fundamentais para a promoção do debate intelectual, ao formar não apenas profissionais qualificados, mas cidadãos críticos e capazes de contribuir para uma sociedade democrática e plural. No entanto, estudos recentes apontam para uma preocupante redução dessa pluralidade em razão do aumento da autocensura entre professores e alunos, especialmente após o crescimento da cultura do cancelamento disseminada pela internet.

Um levantamento realizado pelo instituto de pesquisas norte-americano Gallup revelou uma queda na confiança dos americanos no ensino superior, com quase metade dos entrevistados afirmando perceber as universidades como ambientes politicamente enviesados. A pesquisa mostrou que, em 2015, 57% dos entrevistados declaravam ter alta confiança nas instituições de ensino superior e em 2023 esse número baixou para 36%, ou seja, em menos de 10 anos a confiança dos americanos no ensino superior caiu drasticamente. Isso tem impactado diretamente o interesse dos estudantes americanos e provocado a redução de alunos em instituições antes muito disputadas.

Além disso, um estudo global conduzido pela Times Higher Education revelou que 77% dos acadêmicos acreditam que a liberdade de expressão nos campi universitários tornou-se mais limitada na última década. Nos Estados Unidos, esse porcentual chega a 83%, e no Reino Unido, a 80%. A pesquisa também destacou que 68% dos acadêmicos admitem praticar autocensura devido ao receio de ofender estudantes ou colegas.

Preocupadas com essa situação, algumas universidades resolveram se posicionar e assumir o compromisso com a liberdade de expressão e livre debate, como foi o caso da Universidade de Chicago, que há alguns anos editou diretrizes, conhecidas como os “Chicago Principles” ou “Chicago Statement”. Segundo a instituição americana FIRE – Fondation for Individual Rights and Expressions, esse posicionamento, que é um modelo de declaração de políticas de liberdade de expressão, também foi adotado por inúmeras universidades como Princeton, Johns Hopkins e mais recentemente por Stanford e Northwestern University.

Cenário brasileiro

Essa realidade também preocupa instituições de ensino no Brasil, que consideram o impacto negativo da homogeneidade ideológica ou do predomínio de uma ideologia dominante no desenvolvimento acadêmico. Para Milena Seabra, diretora executiva da Faculdade Belavista, há uma forte preocupação em limitar o espaço acadêmico, que genuinamente sempre foi um local de convivência entre ideias e perspectivas diferentes e responsável por geração de conhecimento. “Quando isso ocorre, há um empobrecimento brutal, pois a falta de diversidade intelectual reduz significativamente a capacidade crítica dos estudantes”, pontua Milena.

Já Renato José de Moraes, coordenador de Humanidades da Faculdade Belavista, explica que a ideologia frequentemente oferece respostas simplistas e incompletas para questões complexas. “Precisamos cultivar ambientes acadêmicos que incentivem a busca autêntica pela verdade. A ausência dessa liberdade transforma a universidade num espaço de repetição acrítica de consensos preestabelecidos, o que compromete a formação integral do estudante”, enfatiza.

Localizada na cidade de São Paulo, a Faculdade Belavista adota estratégias similares. Inspirada nesses e outros modelos internacionais, a instituição que oferece cursos de Direito e Economia promove uma formação que valoriza a pluralidade acadêmica e o pensamento crítico por meio de disciplinas humanísticas robustas. “ O Core Curriculum da Belavista, que abrange disciplinas como Antropologia, Ética, Filosofia e Literatura, incentiva os alunos a questionarem profundamente, a compreender diferentes perspectivas e a analisar problemas sem viés ideológico”, afirma Moraes.

Excelência no ensino

Ao resgatar a pluralidade acadêmica e o espírito crítico, elementos centrais para a construção de sociedades abertas e democráticas, a Faculdade Belavista se posiciona como uma instituição que não apenas acompanha as transformações do mundo moderno, mas também prepara seus alunos para serem agentes ativos dessas mudanças. “Queremos ser referência na formação da excelência humana e profissional, especialmente em tempos de polarização. Por isso, nosso compromisso é criar um ambiente acadêmico em que diferentes ideias convivam de forma harmoniosa e produtiva”, afirma Milena.

Outro diferencial da Belavista é o Summit, programa de mentorias personalizado inspirado em universidades como Navarra, Harvard e Oxford e que oferece o desenvolvimento de competências cruciais na formação de profissionais críticos e eticamente preparados. “A mentoria personalizada permite tratar cada aluno na sua individualidade, desbloqueando potenciais e auxiliando-os a enfrentar dilemas éticos e sociais com maturidade”, explica Milena Seabra. “Assim, preparamos profissionais capazes de resistir às pressões ideológicas, com habilidade para tomar decisões autônomas e bem fundamentadas e, dessa forma, se tornarem líderes críticos, livres e éticos, capazes de atuar positivamente frente aos desafios da sociedade”, reforça a diretora executiva.

Compartilhar: